quinta-feira, 5 de agosto de 2010

anphu - salvador

De: Lucia
Para:colegas de História VII
Assunto: Anphu - Salvador Bahia de 27 a 30.08.2010

Ao participar do Anphu, temos a visão real do quanto um curso de história é importante para uma sociedade, ficamos conhecendo acontecimentos ocorridos há muitos anos. Perguntamos a nós mesmo o que um acontecimento ocorrido a mais de 500 anos tem a ver com a nossa vida? Questões com essa ouvimos várias vezes em sala de aula. Elas refletem o desprezo e descaso da sociedade consumista contemporanea pelas experiencias vividas no passado. E nós estudantes de história e futuros históriadores o que pensamos sobre isso?


Vivemos na era da velocidade e avanço tecnologico caracteristicas do nosso tempo, mas nem por isso devemos desprezar nossas histórias, não devemos deixar que nosso passado envelheça e caia no esquecimento, segundo o historiador Bloch, "a incompreensão do presente nesce a ignorancia do passado". Segundo ele de nada adianta conhecermos o passado se nada sabemos do presente, não se pode perder de vista o compromisso com os problemas e indagações do tempo presente, devemos sim conhecermos op passado através do presente e conhecer o presente através do passado. Esta é a beleza de estudarmos história.




Ao estudarmos o cotidiano dos povos de outras épocas, os elementos vida material,as representações do campo da arte e da religião, sem esquecermos da politica, nõa corremos o risco de escrevemos uma história mais fragmentada do que a que já escrevemos. Pois segundo Eric Hobsbawmm em seu livro a era dos extremos , ele nos fala da perda dos referenciais históricos e reafirma a importancia do historiador como guyrdião da memória coletiva, e nos com futuros professores de história e pesquisadores no óficio do históriador, somos os responsáveis pora seremos esses gurdiões de memória.


"A destruição do passado, ou melhor, dos mecanismos que vinculam nossa experiencia pessoal á das gerações passadas, é um dos fenomenos mais caracteristicos e lúgubres do final do seculo XX. quase todos os jovens de hoje crescem numa especie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem. Por isso, os historiadores, cujo óficio é lembrar o que os outros esquecem, tornam-se mais importantes que nunca no fim do segundo milênio". HOBSBAWM, Eric, Era dos extremos. São Paulo; Companhia das Letras, 1995. p.13.

terça-feira, 29 de junho de 2010

AS CRUZADAS



Lucia Angélica



As causa imediatas das primeiras cruzadas, segundo o texto, foi um pedido de ajuda feita ao papa, pelo Imperador Bizantino, na época de 1095, como última esperança de reconquistar territorios bizantinos na Asia Menor, que havia sido perdidos para os turcos.

Era costume nesses casos usarem mercenários para socorre-los, como tropa de apoio, no entanto nesse caso foi mandado um enorme exercito de voluntários, com a marca da cruz no peito, cujo objetivo principal era retirar Jerusalém do Islã e ao mesmo tempo ajudar a promover as politicas do papado gregoriano, como campanhas consideradas medidas no sentido
de impor a "ordem correta no mundo"

As cruzadas enviadas pelo papa romano Urbano II, a Terra Santa teve como meio, quatro motivações:

A} Trazer a Igreja ortodoxa grega de volta ao ardil, alcançando assim uma importante vitória para o programa gregoriano de monaquia papal;

B} Causar embaraço ao maior inimigo do papa, o Imperador alemão Henrique IV, considerado espirito anti-cristão, perseguidor e de espirito estreito, que havia adquirido grande força militar na época;

C} Despachar para longe um grande contigente de combatentes e ajudar a alcançar a paz na Europa, pois as cruzadas estavam claramente ligadas ao apelo em prol da paz, e em favor de uma causa cristã no além mar;

D} Jerusalém era considerada como o centro do mundo representava o santuário mais sagrado da religião cristã e assim sendo os cristãos deveriam governar a cidade diretamente, tornando assim esse o principal objetivo das cruzadas. "A ordem correta do mundo". E o domínio dos povos.


As cruzadas - Historia da Civilização Ocidental, de Edward McNall Burns.

texto exigido pelo prof.Kylma Luz
A IMAGEM DA MULHER

Durante séculos a imagem da mulher foi depreciada e perdurou durante a maior parte da história da humanidade. Nesses séculos, tudo o que dizia respeito s mulherres, inclusive a beleza, era desvalorizado. "Não há rosa sem espinho" ou " por fora bela viola, por dentro pão bolorento" eram ditados com o objetivo de advertir os homens contra os atrativos perigosos da beleza feminina. Nem a maternidade escapava da desvalorização sistematica. As mulheres passam a ser vistas apenas como receptoras da semente masculina, essa sim geradora. Segundo Aristoteles, cabia aos homenes produzir o esperma, a causa eficiente da geração. As mulheres apenas carregavam o bebê.
Thomas Laquer, em seu livro Inventando o sexo, mostra como o conceito de inferioridade feminina foi construido pela ciencia grega e influenciou a visão ocidental até Freud, autor de hoje contestadissima tese da "inveja do pênis". os gregos acreditavam que os órgãos genitais eram um só e o que determinava o masculino ou o feminino era a posição que eles ocupavam"Se virarmos os órgãos genitais da mulher para fora e, por assim dizer, virarmos para dentro e dobrarmosem dois os do homem, teremos a mesma coisa em ambos sob todos os aspectos", dissew, no século 2, o médico grego Galeno de Pergamo, As mulheres eram vistas, portanto, como uma espécie de "homens incompletos".

mulheres no comando

ELIZABETH E MARY
Sub Titulo: Primas, rivais, rainhas
Autor: Jane Dunn
Tradução:Alda Porto
ISBN:85-325-1688-2

Fichamento lucia angelica








Elizabeth e Mary, primas, rivais, rainhas não é um romance histórico mas flui como uma boa narrativa de ficção. E não é tratado acadêmico, mas traz uma impressionante riqueza de detalhes e farta documentação de época. A obra, da inglesa Jane Dunn, é o registro de um importante período histórico, contado através do intenso relacionamento entre as duas mulheres mais importantes do século XVI: Elizabeth, da Inglaterra, e Mary Stuart, rainha da Escócia. Resultado de 15 anos de pesquisas, Elizabeth e Mary recebe edição cuidadosa da Rocco, com grande número de ilustrações e dois anexos altamente informativos, uma cronologia da época e a linhagem das dinastias Tudor e Stuart.

Elizabeth nasceu em 7 de setembro de 1533, filha do famigerado rei Henrique VIII e sua segunda esposa, Ana Bolena. Antes de completar três anos, a mãe de Elizabeth foi executada e a pequena princesa foi criada como filha ilegítima, bem longe da corte. Nesta época, o rei passava por sucessivos casamentos em busca de um herdeiro do sexo masculino para se tornar seu sucessor. Apesar de tudo, a filha de Ana Bolena é integrada à linha sucessória e acaba coroada Elizabeth I, rainha da Inglaterra e Irlanda, em 1559. Já Mary Stuart nasceu em 8 de dezembro de 1542 e se tornou a rainha católica da Escócia aos cinco anos de idade, após a morte de Jaime V.

Em romances e filmes, Elizabeth ficou conhecida como a austera rainha virgem, que transformou a Inglaterra em grande império, enquanto Mary Stuart seria uma bela e astuta conspiradora, que cobiçava o trono da prima e acabou executada por traição. Segundo textos da época, ambas foram acusadas de serem assassinas, prostitutas e filhas do diabo por seus detratores. Os defensores das rainhas, no entanto, chamavam Elizabeth de heroína e salvadora e Mary de mártir e santa.

O livro de Jane Dunn, porém, vai muito além da contextualização histórica e de sua moldura, a situação política da Europa na época. Para a autora, Elizabeth e Mary é uma espécie de história híbrida das duas figuras históricas marcantes em sua época. Depois de anos mergulhada em arquivos de documentos do Império Britânico da biblioteca de Londres, Jane Dunn saiu com uma concepção muito mais rica de cada uma das personagens. A Elizabeth I da autora inglesa é uma mulher revolucionária que enfrentou um mundo de homens para construir e comandar por conta própria um Império, usando seu celibato como instrumento político e sacrificando sua vida pessoal. Já Mary aparece como uma mulher corajosa e passional, uma articuladora política que se casou duas vezes, com herdeiros dos tronos de França e Inglaterra, para garantir suas aspirações. Nas páginas de Jane Dunn, Mary se mostra como uma mulher capaz de tramar inconseqüentemente um complô para assassinar a prima. E Elizabeth aparece como uma soberana sensível, que sofreu com a fato de se tornar algoz de alguém de seu próprio sangue.

Temendo conspirações, Elizabeth aprisiona Mary Stuart, sua prima e rival, durante 18 anos e manda decapitá-la em 1587. A execução é pretexto para desencadear uma guerra entre a católica Espanha, o mais poderoso império de então, e a Inglaterra protestante, países que travavam disputas comerciais envolvendo as colônias no Novo Mundo. A Invencível Armada - famosa frota de guerra espanhola - é derrotada por uma grande tempestade no litoral inglês, em 1588. Assim, a Inglaterra tem o caminho aberto para estabelecer suas colônias e se tornar uma potência mundial. Elizabeth desenvolve o comércio e a indústria, institui algumas leis trabalhistas e incentiva o renascimento das artes, que florescem em seu tempo, em especial o chamado teatro elizabetano, que tem com representante máximo William Shakespeare. Curiosamente, foi Mary Stuart que forneceu a oportunidade que a prima precisava para construir o império que almejava. Do mesmo modo, Elizabeth ao morrer, em 1603, sem descendentes, deixou o trono para ninguém menos que Jaime, filho de Mary, que reuniu os reinos de Inglaterra, Irlanda e Escócia sob o comando de um membro da dinastia Stuart.





Inicio

Os historiadores e as fontes:

O texto de Verena Alberti define com muita propriedade o que significa história oral, permitindo o testemunho e o acesso à história dentro da história, aumentando assim as interpretações do passado.

Neste texto é definida a realização da história oral através de entrevistas gravadas com pessoas que participaram ou testemunharam um fato importante do passado ou presente. A história oral se beneficia de diferentes disciplinas como: ciências humanas, antropologia, literatura, sociologia, história e psicologia.

O marco da História Oral foi em 1948, quando foi inventado o gravador a fita. A principal preocupação era entrevistar personalidades importantes da História Americana, homens públicos que tiveram participação reconhecida na vida pública econômica e cultural.

Em 1960 surge a História Militante para dar voz à minoria que não deixaram escritas a sua vida. Como entrevistas com camponeses e trabalhadores sobre sua trajetória e sua vida cotidiana. Na frança chegou-se a publicar uma coleção com o nome “Vivências” opondo-se a história positivista de XIX. A História Oral tornou-se a oposição da História da Nação. A História dos humildes, dos primitivos, dos “sem história”.

Em 1970 chega ao Brasil a História Oral, organizado pelo GDCS, Biblioteca Nacional, Arquivo Nacional, Fundação Getúlio Vargas e Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação. Em 1975 começa a serem realizadas do P. de H. Oral (CPDOC). Em 1980 houve um processo de consolidação com importantes coletâneas de artigos.

Em 1988 o México sediou o 1º Encontro de Historiadores Orais da América Latina, com cerca de 50 pesquisadores.

Em 1990 a História Oral cresceu vertiginosamente também no plano internacional com a criação da Inter Oral History Association.

A realização de entrevistas:

A entrevista de história oral é realizada com pessoas diferentes e até gerações diferentes. É, no entanto um momento em que o entrevistado relatará sua história de vida, suas experiências em um determinado “tempo”, em que ele se colocará diante um gravador ou câmera. Desta forma ele precisará de um tempo mais longo, esse depoimento normalmente durará entre uma ou duas horas, para que possa se obter um bom resultado. O pesquisador tem que ter o devido cuidado de respeitar o tempo do raciocínio do entrevistado para que ele possa concluir sua linha de lembranças e construção do pensamento. Fazer uma entrevista é avaliá-la e analisá-la constantemente enquanto é gravada e, mais tarde, quando é objeto de análise.

Em uma entrevista deve-se realizar perguntas abertas, como por exemplo, “a que o senhor atribui? Onde a senhora estava quando?” Ao formular as perguntas o pesquisador deve ser bem simples e direto ao assunto.

Alguns cuidados são essências ao realizar uma entrevista. Primeiro, fazer um cabeçalho com o nome do entrevistado, entrevistadores, a data, o local e o projeto no qual a entrevista se insere. Para que essa fonte não se perca, e também quando outros pesquisadores forem utilizar a mesma.

O tratamento de entrevistas:

No tratamento dessas entrevistas deve-se ter o devido cuidado com esse material. Se uma fita cassete se parta durante a escuta ou se extravie, é necessário que se faça uma cópia, para que esse material não se perca por completo. Outra forma é transcrever a entrevista. A transcrição exige dedicação, paciência e sensibilidade. É ficar atento às preposições, as quais aplicadas de maneira diferente perdem completamente o sentido do conteúdo abordado.

A tecnologia de gravação:

Ao realizar uma entrevista oral o pesquisador deve se munir com equipamentos de gravação e reprodução de áudio e/ou vídeo, isso implicará no objetivo do trabalho. Esse trabalho também pode ser realizado em fita cassete, fitas magnéticas digitais. Hoje em dia há muitas dúvidas sobre as técnicas de conservação e arquivamento. Qual o maior suporte para se gravar as entrevistas e como evitar sua deterioração e absolescência? Se esse material for para constituição de um acervo é preciso e recomenda-se adotar tecnologias digitais.

O pesquisador que trabalha com reprodução e preservação de fontes orais precisa manter-se constantemente atualizado sobre novas tecnologias.

Interpretação e Análise de entrevistas:

Segundo Le Goff, o dever principal do historiador é a crítica do documento. Todo historiador que trabalha com entrevistas de história oral com fontes deve ser capaz de desmontá-las, e até mesmo analisar suas condições.

A análise de um depoimento de História Oral realizada pelo pesquisador, ou por terceiros, deve considerar a fonte como um todo. É de fundamental importância saber “ouvir” o que a entrevista tem a dizer tanto no que diz respeito à narrativa e do entrevistado. Tomar essa entrevista como um todo significa dizer; lê-la e ouvi-la do início ao fim, observando as semelhanças e como se encaixam com o todo, e essa relação nos mostra o significado sobre o passado e o presente e sobre a própria entrevista.

O pesquisador também tem que ficar atento para que sua entrevista não tome rumos diferentes, para que não prejudiquem os significados produzidos.

Desta forma de interpretações pode se adotar na análise de qualquer tipo de fonte e não se afasta muito da lógica do círculo hermenêutico: o todo fornece sentido às partes e vice-versa.

Outro cuidado é com as palavras empregadas pelo entrevistado, são importantes para a interpretação de sua narrativa. As palavras dizem muito... a maneira como elas são colocadas, sobre a visão do mundo e o campo de possibilidades aberto àqueles indivíduos em razão de suas vivências, sua formação e seu meio...

Na interpretação dos documentos é preciso atentar para as narrativas especialmente pregnantes, checar alguns padrões. Nessas análises também se deve ter em mente também outras fontes primárias, secundárias, orais, textuais, iconográficas, etc. Estabelecer tipologias se for o caso. Comparar o que dizem as entrevistas com outros documentos de arquivo. Porque é possível acontecer um deslocamento temporal.

É importante também tomar os fatos (como realmente aconteceu) e suas representações simultaneamente. A responsabilidade do pesquisador é grande em relação ao conhecimento que produz e ao grupo que investiga.

O universo da história oral é complexo e diversificado. Não se trata de sair fazendo entrevistas com as pessoas para que relatem suas vidas, é preciso ter bem claro porque, como e para que se fará uma pesquisa utilizando a história oral. A responsabilidade é grande, pois o resultado final pode tomar formas diferentes (documentais e até jurídicas).

Albertini, Verena. “Fontes Orais. Histórias dentro da História” In: PINSK, Carla, (org) Fontes históricas, SP: Contexto, 2005.